Animais devem produzir proteínas que favorecem sistema imune em seu leite.
Caprinos têm três meses de idade; agora, idéia é ampliar rebanho dos bichos.
Um cabrito e uma cabrita de três meses de idade têm boas chances de, no futuro, ajudar pessoas com Aids ou que passam por quimioterapia e radioterapia a recuperar o sistema de defesa de seu organismo. Os caprinos foram geneticamente modificados para produzir a proteína conhecida como fator de estimulação de colônias de granulócitos humanos (ou hG-CSF, para encurtar). Os pesquisadores que criaram os bichos esperam que, ao chegar à idade adulta, eles possam dar origem a um rebanho que produza a preciosa substância em seu leite.
Camilla e Tinho, como foram batizados os cabritinhos da raça canindé (típica da caatinga), foram criados por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Academia de Ciências da Rússia. Mais de 20 filhotes nasceram ao longo do projeto, mas só a dupla teve comprovada a produção de hG-CSF em seu organismo.
O uso de animais geneticamente modificados como biofábricas, produzindo os mais variados tipos de substâncias de interesse humano, é um velho sonho da biotecnologia. Por enquanto, nenhum desses projetos alcançou a escalha comercial. Camilla e Tinho receberam o gene humano que codifica a hG-CSF por meio de uma microinjeção quando ainda estavam na fase embrionária. A técnica, portanto, pode ser útil para produzir outras substâncias além da proteína, que ajuda a fortalecer o sistema de defesa do organismo de pessoas afetadas pelo HIV ou que sofrem os efeitos negativos da quimioterapia ou radioterapia durante o tratamento do câncer.
O leite dos animais pode ser, no futuro, uma fonte relativamente barata de medicamentos como esse. O fato de ter uma fêmea e um macho aumenta as chances de produzir, via cruzamento, um rebanho transgênico com as características desejadas
16/06/2008
Fonte : http://g1.globo.com
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