Pesquisadores do Hospital Pediátrico de Boston identificaram um grupo especial de células-tronco que conseguem dar origem aos chamados cardiomiócitos, ou seja, células do músculo do coração. Em estudos com camundongos, elas foram isoladas na superfície do órgão, e podem dar pistas sobre como regenerar o coração após lesões.
Em artigo publicado on-line na revista científica "Nature", os pesquisadores de Boston relatam seus estudos com embriões de camundongo, nos quais eles observaram como o coração -- incluindo os vários tipos de células ligados ao órgão -- vai se formando. Dando continuidade a estudos anteriores, eles localizaram uma população específica de células, que ficam no epicárdio (nome dado à superfície do coração) e são identificadas pela ativação de um gene conhecido como Wt1.
"Há muito interesse em novas fontes de cardiomiócitos, porque durante a falência cardíaca você perde essas células, e a única maneira de revertê-la é fabricar mais delas", declarou o líder do estudo, William Pu, em comunicado oficial. Todas as células-tronco se caracterizam pela capacidade de se auto-renovar e também por dar origem a um ou mais tecidos. No caso, as células-tronco do epicárdio também conseguem originar outro tipo de músculo e endotélio, um tecido ligado aos vasos sangüíneos.
A intenção dos pesquisadores é traduzir esses achados para seres humanos adultos (o que em tese é possível, dada a semelhança genética entre pessoas e camundongos). Se, por exemplo, for possível ativar esse gene no coração de pessoas adultas que sofrem de problemas de coração, o órgão poderia se regenerar e retomar suas funções.
Novo grupo de células-tronco 'pode regenerar coração'
Cientistas dos EUA descobriram grupo de células-tronco por acidente.
Pesquisadores do Hospital Infantil de Boston identificaram um novo grupo de células-tronco que podem dar origem a cardiomiócitos, células musculares cardíacas.
Este novo grupo de células-tronco - com potencial para ser usado em tratamentos para regenerar tecido cardíaco - se localiza na superfície do coração, ou epicárdio, segundo o estudo que foi publicado na edição online da revista científica Nature.
Esse foi o terceiro grupo de células-tronco progenitoras, capazes de formar componentes do coração, identificado recentemente.Em 2006, um grupo de cientistas do Hospital Infantil de Massachusetts encontrou uma célula-tronco progenitora, que poderia formar células musculares cardíacas, células endoteliais que revestem vasos sangüíneos cardíacos e outro tipos de células.
No mesmo ano, a equipe do Hospital Geral de Massachusetts descobriu um segundo grupo de células progenitoras que podem produzir vários componentes cardíacos.
Agora os pesquisadores de Boston mostraram que células musculares cardíacas também podem ser derivadas de um terceiro tipo de células progenitoras cardíacas, localizadas dentro do epicárdio.
"Existe muito interesse na pesquisa de novos locais para se obter os cardiomiócitos, pois em casos de falência cardíaca, há perda de cardiomiócitos, então, a única forma de reverter a falência cardíaca é criar mais destas células", afirmou William Pu, cardiologista pediátrico e um dos líderes da pesquisa.
William Pu e Bin Zhou, também pesquisador do Hospital Infantil de Boston e primeiro autor da pesquisa, mostraram que uma população específica de células no epicárdio, marcada pela expressão de um gene chamado Wt1, não apenas poderia se diferenciar e transformar em cardiomiócitos, mas também em outros tipos de célula cardíaca.
"Se você vai regenerar um tecido, é preciso regenerar o tecido inteiro, não apenas os cardiomiócitos", disse Pu. "A população progenitora contém todo o potencial para regenerar múltiplos tecidos dentro do coração."
Os pesquisadores fizeram a descoberta usando células do epicárdio de embriões de camundongos.
Os cientistas agora querem saber se o epicárdio de um camundongo adulto pode ser induzido para a produção de cardiomiócitos.
"Se isto for possível, obviamente, seria mais fácil usar (esta descoberta) em estudos humanos", afirmou Pu.
Os cientistas disseram que chegaram à descoberta por acidente.
Eles estavam tentando estudar um gene, GATA4, apagando este gene do epicárdio.
"A ferramenta que criamos para a experiência marca, de forma irreversível, as células envolvidas, então pudemos acompanhar o rumo dos descendentes das células em um desenvolvimento normal", afirmou Pu.
"De forma inesperada, vimos que estas células do epicárdio estavam se transformando em cardiomiócitos, foi sorte", acrescentou.
Fonte: G1
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